27 de setembro de 2011
Relato da missão de estudos do professor Fábio Núnes (Geografia) em Córdoba, na Argentina,
“Serás lo que debas ser o no serás nada.”
José de San Martín, líder de processo revolucionário da independência da Argentina.
Na condição de viajante, de alguém que vivenciou a experiência de outra cultura, trago em minha bagagem as repercussões do povo argentino, de uma visão do mundo, mirando-o a partir da província de Córdoba. Este texto nasce com uma forte intencionalidade: partilhar minha vivência na Universidade Nacional de Córdoba – Argentina. É fruto de uma vivência intensa, vivida durante o mês de agosto deste ano.
Por um mês vivi em Córdoba. Na companhia dos cordobeses percorri aquele território e partilhei um pouco mais de nossa América do Sul, de nossa América Latina. Sendo honesto com o dizer dos cordobeses, podemos afirmar: “Somos hermanos”. Para além de nossas singularidades e de nossas rivalidades, identifico um modo latino/sulamericano de olhar, ou de “mirar” o mundo.
O sonho de uma América do Sul unida e livre, idealizada por Simon Bolívar e San Martín, ressoam no/do espírito latino/sulamericano. Na Argentina, especificamente, os monumentos a San Martín, mantêm aceso o sonho de uma América livre, de um continente que somente será conquistado a partir da luta de seu povo.
A Argentina comemorou no ano de 2010 o bicentenário de sua independência. São visíveis em Córdoba, tanto em seu povo quanto em seu território, as marcas desta comemoração. Ninguém passa ileso por um espaço e por um povo carregado deste sentimento. Neste contexto, compreendo que compartilhamos – brasileiros, argentinos, o povo sulamericano - da convicção de que uma sociedade desvinculada de sua escola e uma escola apartada de sua realidade, das demandas de seu povo, carece de uma independência de fato.
Nossas lutas, portanto, são comuns. Na condição de povos irmãos, em nossa latinidade, buscamos um sistema educacional mais igualitário, compromissado com um ideário de uma America Latina livre, de dentro para fora. Retorno ao Colégio Antares com uma alegria renovada, com a crença de que lutamos juntos por uma educação que promova a libertação de nosso povo. Creio que assim deve ser ou não será nada.
Fábio Núnes
Professor de Geografia - Colégio Antares