18 de abril de 2016
Um dos projetos de Língua Portuguesa do 7º ano é crônica. Adotamos uma obra de Carlos Eduardo Novaes, cujos textos são base para caracterização deste gênero, interpretação e aplicação gramatical e linguística. A prática autoral costuma nos reservar boas risadas.
Vamos aos textos.
Título: Completa Contradição
Título: O preconceito
Autores: Daniel G. de Carvalho e Isadora Sacilotto
A sociedade atual diz que não há preconceito, mas eu sei que ele existe contra os pobres, homossexuais, cadeirantes, portadores de doenças fortes...
Eu odeio ir para a escola, pois gosto de um garoto e ninguém aceita essa ideia, e por isso me julgam (mariquinha, gay e pega–homem).
Esse é o primeiro menino que me atrai, e odeio quando me ofendem com palavras preconceituosas.
Na minha escola existe até corredor polonês, um absurdo! Um dia saí do banheiro, e todos vieram dar tapas em mim; foi a gota d´água! Fui reclamar direto com a professora. Ela ficou tão brava, que chamou todos os alunos e deu um tapa em todos eles, bem feito! Foi até despedida coitada!
Os alunos dizem que só machos cabem na sala, a cada dia me ofendem com palavras cada vez mais preconceituosas e ofensivas.
Infelizmente, o menino de quem eu gostava mudou de escola e eu não sei por quê. Por isso desde aquele dia parei de gostar de meninos e atualmente não gosto de ninguém, me tornei assexual.
Título: Neuroses
Autores: Bárbara Coutinho
As mães do colégio Lima estão com medo. Olham para as pessoas desconfiadas, tensas, à beira do pânico, tudo está muito perigoso, ninguém confia em ninguém.
Até mesmo dentro da escolas as crianças são acompanhadas por pelo menos dez seguranças cada, as raras vezes que vão a excursões, suas mães acompanham o estudo de longe.
Nos recreios os alunos são obrigados a sentar separados para que não ocorram briga, são orientados a cortar seus alimentos em milhares de pedaços para não engasgarem.
Muitas vezes as mães dos alunos vão às escolas e brigam até com os amigos de seus filhos que em brincadeiras de colegas os machucam; fazem confusão com as moças da limpeza que deixam o chão escorregadio ao encerá-lo, o que poderia levá-los a cair.
Antigamente as mães permitiam que as crianças brincassem livres, ficassem sozinhas nas ruas com os amigos, iam sem adultos nas matas, brincavam por todos os lados; elas não eram completamente controladas.
Hoje, porém, as mães tentam proteger seus filhos ao máximo, o que acaba levando-as a essa neurose.