29 de agosto de 2018
Nesta semana o Antares inaugurou o Laboratório de Química da Unidade 3, que recebeu o nome do ex-professor do colégio Renzo Apolônio Camargo.
Em uma cerimônia local, que contou com colegas de trabalho, amigos e familiares do professor Renzo, foi apresentado o novo laboratório da Unidade 3, que conta com moderna estrutura, recursos pedagógicos e dispositivos de segurança.
Abaixo, o texto que foi lido em homenagem ao professor Renzo, que faleceu em setembro de 2012.
Renzo Apolônio Camargo nasceu em Campinas, aos 20 dias do mês de abril de 1959. Morou a maior parte de sua vida em Americana. Era filho de Leonilda Polo Camargo, comerciante, e Wilson Camargo, professor de português e francês muito conceituado, que incentivou os filhos na música e na cultura.
Renzo era o filho mais velho de 4 irmãos: Aline, Clóvis e Ivã. Aprendeu a tocar clarinete e, junto com seu pai e seus irmãos, frequentou a escola de música municipal, fazendo parte da Banda Municipal de Americana. Cursou o Ensino Fundamental no antigo “Instituto de Educação Estadual Presidente Kennedy” e o Ensino Médio, curso técnico em Bioquímica, no Colégio Técnico de Campinas- COTICAP.
Em 1977, foi para o alistamento militar. Junto com seu pai fez curso de piloto para aviões monomotores, recebendo do Ministério da Aeronáutica licença para pilotar. Em 1979, ingressou na Universidade Estadual de Campinas- UNICAMP, no curso de Biologia. Gostava muito de Botânica; sempre que viajava, observava árvores e plantas. Nessa época, também frequentou a academia de balé Lina Penteado, em Campinas.
Em 1988, por gostar muito de esportes, decidiu cursar Educação Física, também na UNICAMP. Nunca atuou na área, mas seus esportes preferidos eram tênis, basquete e era torcedor do Palmeiras.
Começou sua carreira de professor primeiramente em escolas públicas, efetivando-se na Professora Dilecta Ceneviva Martinelli. Trabalhou por alguns anos no Centro Paula Souza - Polivalente.
Em 1993, integrou a equipe de professores do colégio Antares, lecionando ciências e biologia. Em 1992, casou-se com a também professora Rita de Cassia Biagioni Camargo e em 1996 tiveram uma filha, Livia Biagioni Camargo.
Renzo adorava lecionar, realizava-se ao perceber o aprendizado do aluno, ficava muito feliz. Vibrava como se fossem seus filhos, ao saber do ingresso de seus alunos nas universidades. Gostava de estar no meio deles e ouvir suas histórias, sempre dava atenção a todos. Dedicava-se, em casa, na preparação das aulas, projetos e avaliações. Gostava muito de música, arte, teatro, cinema e línguas (era fluente em inglês e francês), e, assim como seu pai, incentivou sua filha. Era muito humano, alegre, sempre confiava nas pessoas e estendia a mão para ajudá-las. Deixou muitas saudades naqueles que conviveram com ele.
No Colégio Antares, o professor Renzo sempre foi uma referência de conhecimento, humildade e cooperação. Nos 20 anos de trabalho no Colégio Antares, além de professor de ciências e biologia, lecionou filosofia e era responsável pelo laboratório de Química. Por isso, o Colégio Antares presta singela homenagem ao inaugurar o novo laboratório de Química com o seu nome. Dessa forma, gravamos aqui a importância e a relevância do professor Renzo e a sua contribuição para a educação e formação de gerações em Americana. Devolvemos, com essa homenagem, um pouquinho daquilo que Renzo sempre nos dedicou.
Poema de Pablo Neruda, “Os Enigmas”,
“O que uma lagosta tece lá embaixo com seus pés dourados?
Respondo que o oceano sabe.
Por quem a medusa espera em sua veste transparente?
Está esperando pelo tempo, como tu.
Quem as algas apertam em teus braços?, perguntas mais firme que uma hora e um mar certos?
Eu sei perguntas sobre a presa branca do narval e eu respondo contando como o unicórnio do mar, arpado, morre.
Perguntas sobre as plumas do rei-pescador que vibram nas puras primaveras dos mares do sul.
Quero te contar que o oceano sabe isto: que a vida, em seus estojos de joias, é infinita como a areia incontável, pura; e o tempo, entre uvas cor de sangue tornou a pedra lisa encheu a água-viva de luz, desfez o seu nó, soltou seus fios musicais de uma cornucópia feita de infinita madrepérola.
Sou só uma rede vazia diante dos olhos humanos na escuridão e de dedos habituados à longitude do tímido globo de uma laranja. Caminho como tu, investigando as estrelas sem fim e em minha rede, durante a noite, acordo nu. A única coisa capturada é um peixe dentro do vento.”